sexta-feira, 30 de abril de 2010

Feliz Ano Novo...

Hoje os véus se tornam mais finos, os portais se abrem e os ancestrais devem ser celebrados, é madrugada de Samhain, é a celebração do fim e do começo de tudo.
Hoje dançaremos entre os mundos, cantaremos em honra daqueles que já fizeram a passagem, e na beleza do caminho dos nossos ancestrais seguiremos rumo a uma nova etapa!
Portanto hoje passe seu dia da maneira mais feliz que puder, cante e dance músicas que te remetem aqueles que você ama e que já partiram, essa é uma doce homenagem.
Acenda uma vela para eles na janela de casa... um antigo costume pagão, monte um altar para seus ancestrais, acenda um incenso de sálvia ou alecrim e defume sua casa preparando-a para o Ano Novo.
Renove seus simbolos de proteção, consagre-os novamente. Bata palmas, eleve o poder a meia noite e abra os portais... consulte seu oráculo preferido com a ajuda dos que se foram. 
E o mais importante, ao convidar seus ancestrais lembre-se de chamar apenas aqueles que você amou e que te amaram também, isso ajuda a evitar situações desagradáveis!
Queime pedidos para o ano que chega, tudo o que deseja de bom... E lembrem-se daqueles que te amam e que você ama... e emane esse desejo de felicidade para todos!
Eu, Gawen, Fréya e Férghus estaremos rompendo na praia, contemplando o céu estrelado e grande mãe Lua, aqueles que quiserem nos encontrar, é só ligar!
Bençãos e luz à todos do Coven e também aos irmãos da Arte que celebram pela Roda Sul, e aos que celebram pelo Norte, Feliz Beltaine, amor e fertilidade em suas vidas hoje e sempre!

Um grande beijo e até o Ano que vem... rsrs... )0(Sianna Mab)0( 




terça-feira, 27 de abril de 2010

Sagrados Feminino e Masculino.


No ultimo fim de semana, dias 24 e 25 tivemos reuniões de estudo diferenciadas para os membros do Grupo de Estudo.
No sábado os meninos tiveram a oportunidade de contemplar um Altar Menstrual, saber o significado de cada peça do altar, e principalmente tirar duvidas sobre alguns dos mistérios femininos, como Gravidez, Sexualidade, Menstruação, Maternidade, foi uma tarde esclarecedora para os rapazes, para aproximá-los da feminilidade, porque por mais que eles saibam e entendam os Mistérios Femininos, eles jamais saberão o que é, pois não possuem um Útero, não menstruam e nunca engravidarão, é importante que eles saibam como essas coisas ocorrem do ponto de vista feminino. Cada rapaz ganhou um búzio(que representa a YONI), consagrado com óleo da reconsagração para colocar no seu altar representando a Deusa e os Mistérios Femininos.
Já no domingo foi a vez das meninas ouvirem do Gawen a respeito dos Mistérios Masculinos, afinal nos concebemos o homem, mas não possuímos um pênis, nossos ciclos são totalmente diferentes, nosso ciclo é lunar ao passo que o masculino é solar.
Sem contar que ao falar sobre a Castração Masculina e o animus Gawen conseguiu elevar a consciência das meninas para a responsabilidade da criação dos futuros homens, pagãos ou não, e a repensar nossas atitudes com nossos parceiros. Sem duvida foi uma tarde maravilhosa, e claro com direito a altar dos Mistérios Masculinos... Lindíssimo, infelizmente estou sem maquina e não consegui registrar esses momentos dessa vez. Ah e ganhamos cristais de granada consagradas com óleo de almíscar consagrado do Sacer...
Esse fim de semana de interação entre os mistérios femininos e masculinos veio para inspirar-nos a mergulhar mais no que não compreendemos ao invés de virar as costas. É muito triste ouvir de pessoas que julgamos esclarecidas e tocadas pela Deusa que os Mistérios Masculinos são “balela”, não são de forma alguma, pois se o Patriarcado gerou dor nas mulheres ele também criou feridas profundas nos homens que tem que viver numa sociedade extremamente machista e dominadora.
Sou uma mulher de muita sorte, pois convivo hoje com homens maravilhosos, meu pai que apesar de não ser pagão, é viúvo e aos 79 anos cuida da casa, super lúcido mostrando toda sua independência e com seu jeito especial de lidar com as mulheres da família, meu pai sempre foi menos machista do que minha própria mãe. Meus irmãos que sempre respeitaram minha liberdade e intimidade. E por ultimo os meus meninos do grupo, em sua grande maioria homossexuais que respeitam e admiram as mulheres de suas vidas.
Isso me dá esperança quanto ao futuro das mulheres na sociedade, e principalmente quanto aos homens que formaremos, corajosos mas sensíveis, protetores e amorosos, assim como a figura do Deus da Bruxaria que ama sem dominar, sem sufocar, sem ameaçar.
Abençoados sejam aqueles que acreditam num mundo mais equilibrado.
)0( Sianna Mab)0(

terça-feira, 20 de abril de 2010

Testemunho

O que me chamou atenção na Wicca quando tinha 14 anos, do qual eu a conheci lendo uma revistinha de banca de jornal, foi a liberdade, do ir e vir, de escolher, onde deveria me preocupar com a Lei do Triplice.
Muitos estudos, conviência com pessoas com conceitos diferentes, percebi que não era muito bem assim, mas a Wicca na minha opinião continua sendo uma religião que olha para o nosso espirito, e não para a nossa orientação sexual, situação financeira, ou se vivemos em pecado ou não.

Mas ao trabalhar com magia, em primeiro lugar devemos criar responsabilidades, opinião prórpia, e isso se cria estudando muito, lendo diversos livros, fazendo uma verdadeira filtragem na internet, pois tem muito lixo virtual na rede ou então o famoso CTRL C e V.

Há quem diz ainda que a Wicca não é religião! Que audácia!

Muitos seguem a Wicca como filosofia de vida, ou simplesmente ritualiza em seu quarto ou na casa do amigo, e dia de domingo ta indo na missa ou no culto com familia (é muito comum isso acontecer).
Mas se temos devoção em algo que nutre o nosso espirito, que é o nosso alicerce em momento bons e ruins e dá força para continuar a caminhar, lutar na vida. Onde celebramos e honramos a cada festival que corresponde ao novo ciclo com os nossos Deuses, então isso é o que?

Pobre povo ignorante, vocês tem uma grande escada espiritual para percorrer, mas... cada um tem o seu momento.
E agora estou usurfruindo mais do que nunca, pois minha caminhada mágica comecei sozinha, fiquei por um tempo sm standy by quando engravidei, mas voltei a ativa, e olha que dádiva, em grupo hehehe, um grupo do qual dexei de chamar de grupo há muito tempo, agora é a minha familia, um verdadeiro coven....
Mas se você está começando agora aproveite para sugar todos os conhecimento possiveis através de bons livros, amigos mágicos e a internet também ajuda, mas como disse acima faça a filtragem. E não se preocupe se você esta procurando um coven loucamente, semelhante atrai semelhante, então evolua no seu ritmo, que pessoas evoluidas irão se aproximar de você.

E se você é como eu, abençoada pelos Deuses, HEYA!!!
Aproveite e viva esse momento com a sua familia


Mas a transformação total acredito que foi depois da minha Iniciação no dia 07/02 um domingo maravilhoso do qual eu nasci novamente.Por mais que eu tenha me auto-iniciado aos meus 16 anos (e para mim foi válida) esse era um novo momento, uma novo caminho e tinha que ser iniciado (pelo menos ao meu ver) e foi maravilhoso, a sensação é iniqualável, só quem já passou para saber. E acredite o momento certo de cada um chegará, como sempre digo todos temos o nosso ritmo. Mas acredito que para quem deseja ser um Wiccan deve ritualizar pelo menos uma roda antes da Iniciação ou Auto-Inciação, desse jeito você saberá o significado de cada ciclo, a importância do Sagrado Feminino e do Sagrado Masculino, e claro irá fazer você buscar mais e mais conhecimentos novos a cada novo ciclo, não tornando os conhecimentos repetitivos.Pois apois a Iniciação ou Auto-Iniciação, nos transformamos nos representantes dos Deuses,e temos as nossas funções como Sacerdotes dos Deuses.
Ritualizar sempre em um saba ou esba (mas não como obrigação, pois em cada periodo é vivenciado em nossas vidas, pois a roda é a própria vida.
Temos também que colcoar os nossos conhecimentos em prática, não adianta de nada ter uma estante cheia de livros, ou um pen drive lotado de ebocks se você não vive o que aprendeu ou leu.

A bruxaria é uma Arte

E por mais que eu tenha sido abençoada pelos Deuses me tornando uma Sacerdotisa, temo muito o que aprender, muito mesmo, e muito pra fazer também.
Isso faz parte do pacote, para quem pensa que é a Wicca é uma mera fase de adolecente, não preciso nem comentar né.

A Wicca me trouxe o sentido da vida, o porque da minha existência...


)O( Rhaid

Ser Mestre - Por Dyan Magnus Morgann

Ser Sacerdote para alguns, é ter histórico, currículo na comunidade Pagã...
Para mim é ser conhecido, ou desconhecido, mas acima de tudo ter um histórico com a Deusa.
Ser Sacerdote para alguns, é adotar uma prática fixa, inabalável, e abandonar suas características humanas, da busca pelo conhecimento, vivência e evolução, pois para alguns, um sacerdote não deve nunca mudar.
Para mim é ser como todos, e como a Deusa nos criou. Buscar o conhecimento, caminhar rumo aos mistérios da Mãe incessantemente, e mais que acreditar que sabe tudo, ter a certeza que é o que mais tem a aprender.
Ser Sacerdote para alguns, é criar as próprias crenças, não adotar práticas de uma mesma tradição ou seguimento religioso, para assim não “copiar”...
Para mim é reconhecer em seu conjunto de crenças um valor inegável e sem igual, adaptá-lo as sua realidade e demonstrar seu conhecimento em suas práticas.
Ser sacerdote para alguns é discordar, desconfiar...
Para mim é saber o que realmente quer dizer “Perfeito Amor, Perfeita Confiança”.
Ser sacerdote para alguns, é não trazer consigo o orgulho da história de vida, família ou da simplicidade do começo de sua caminhada...
Para mim é reconhecer a importância de seus antepassados, e mostrar a cada dia que são nos pequenos atos de nosso dia a dia que se demonstram as grades virtudes da vida...
Ser sacerdote para alguns, é seguir os parâmetros esperados e não contar sua verdadeira história...
Para mim é ter orgulho do que se é, do que se passou e do que está passando, não deixando que isso faça dele alguém supostamente superior.
Ser sacerdote para alguns é ser misterioso, mostrar sua posição com superioridade, por olhar, voz e comportamento...
Para mim é carregar este mistério em seu coração, onde a Deusa com certeza o apreciará muito mais.
Errado eu?! Talvez para alguns...
Mas humilde e sábio para muitos e principalmente para Ela que É e me fez assim!
Em amor e confiança, que sejamos todos abençoados;
 Dyan Magnus Morgann - Lider e Sacerdote da Irmandade Flor de Lótus de Bruxaria Contemporânea - Porto Alegre (RS)

***Pedi ao irmão Dyan a autorização para postar seu texto, pois ele conseguiu expressar com perfeição minha idéia de Sacerdócio e vida. Muitos esquecem que quem realmente treina Sacerdotes é a Deusa, por mais que eu inicie pessoas, ajude-as a se conectarem com os Deuses, se a Deusa não treiná-las, e elas não estiverem abertas para aprenderem, de nada valerá meu esforço.
Entender a força do "Perfeito Amor e Perfeita Confiança" faz toda a diferença em nossa vida como Sacerdotes Dela!

***Em amor e confiança seguimos juntos, abençoados por Ela...

Sianna Mab***

terça-feira, 13 de abril de 2010

Alguns Arquétipos de Isis - Deusa honrada no esbá de abril!

A Curadora: Ísis era invocada nas antigas escrituras como a senhora da cura, restauradora da vida e fonte de ervas curativas. ela era venerada como a senhora das palavras de poder, cujos encantamentos faziam desaparecer as doenças.
 
À noção de magia liga-se também, imediatamente ao nome de Ísis, que conhece o nome secreto do Deus supremo. Ísis dipõe do poder mágico que Geb, o Deus da Terra, lhe ofereceu para poder proteger o filho Hórus. Ela pode fechar a boca de cada serpente, afastar do filho qualquer leão do deserto, todos os crocodilos do rio, qualquer réptil que morda. Ela pode desviar o efeito do veneno, pode fazer recuar o seu fogo destruidor por meio da palavra, fornecer ar a quem dele necessite. Os humores malignos que perturbam o corpo humano obedecem a Ísis. Qualquer pessoa picada, mordida, agredida, apela a ísis, a da boca hábil, identificiando-se com Hórus, que chama a mãe em seu socorro. Ela virá, fará gestos mágicos, mostrar-se-á tranqüilizadora ao cuidar do filho. Nada de grave irá lesar o filho da grande Deusa.
 
Ísis aparece em na nossa vida para dizer que é hora de meditar. Você tem desperdiçado sua energia maternal sem guardar um pouco para si mesma? Sua mãe lhe deu todo o amor que você precisou? Pois agora é tempo de você se dar "um colo" para curar as mágoas do passado. Todos nós precisamos de cuidados maternos, independente de sermos donzela, mãe ou mulher madura.

Alguns de seus outros atributos são Deusa do Amor, dos Mares, a Grande Feiticeira, Senhora dos Dez Mil Nomes, Isis é uma das divindades cultuadas mais antigas conhecidas. Seus cultos envolvem mistérios e muita dedicação.
Ela além de nossa Madrinha é a Deusa que será honrada no esbá que será realizado em data especial por conta do Samhain, dia 02 de maio em um ritual belissimo, com tudo que nossa Madrinha merece.
Traga seu véu e venha celebrar conosco também os 02 anos do Grupo de Estudos Pagãos, a celula matter do Coven.
O tópico sobre os materiais que serão utilizados no esbá já estão postados na comunidade do Grupo.
Duvidas vocês já sabem, gritem no caldeirão!
Bençãos Dela... que a Mãe do Cosmos esteja à nos guardar hoje e sempre!
***)0( Sianna Mab)0(***

segunda-feira, 12 de abril de 2010

E lá se vão 2 rodas...

Dia 13 de abril de 2008...
Foi num domingo a tarde, num salão de festas no canal 1, no bairro do José Menino em que muitos de nós se encontraram pela 1ªvez. Isso foi em 13 de abril de 2008.
Algumas pessoas permanecem firmes e juntas, outras vieram e passaram, como tinha que ser, pois a Bruxaria é ciclica, transmutadora e acredito que cada um deixou sua marca, seja ela boa ou má! Lições foram aprendidas com certeza!
Passamos por muitas juntos, choramos e rimos muito, foram Sabás, Esbás, nascimentos, mortes e renascimentos... Temos o orgulho de dizer que vimos uma pagã ser gerada... minha lua Arthemis que daqui a pouco fará 01 ano. Vivi com vocês meus dramas pessoais, a reforma mal sucedida da minha casa...rsrs (Natan que o diga quantas purificações fizemos juntos!), a morte da minha mãe, onde pude contar com o carinho e apoio de todos. Foram crises conjugais...rsrs...(e não somente as minhas), namoros que viraram noivados e que se transformaram em casamentos.
Alguns que conquistaram seu 1º emprego, passaram no vestibular, se descobriram... posso dizer que tive a honra de compartilhar da felicidade de cada um de vocês, e também de cada lágrima que derramaram.
Quando digo que vocês são minha familia não é exagero, hoje vocês fazem parte da minha vida, e eu não consigo me ver longe de vocês.
Cada um tem seu lugar dentro do meu coração, da Pri Duarte, que está comigo desde antes disso tudo começar ao Guilherme caçula de grupo, e não menos importante.
Amo muito vocês, que esses 2 anos que serão comemorados se multipliquem muitas vezes, e juntos continuemos crescendo, chorando, rindo e celebrando os nomes da Deusa.
É como Babi que digo essas palavras... muito obrigado à todos vocês pela confiança, apoio e amor depositados em mim. Espero sempre honrar e corresponder as expectativas de vocês, e se já falhei com alguém ou voltar a falhar, me perdoem...
...sou apenas humana, buscando a evolução como cada um de vocês!
Trocando, somando, ajudando, assim caminhamos... unidos no amor Dela!
Em perfeito amor e confiança perfeita seguimos...
***Amo vcs***
Babi Guerreiro - Sianna Mab 

Assista ao Video comemorativo de nossa trajetória.

 

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Samhain - O ano novo pagão

Em Samhain, o Festival do retorno da Morte, os portões dos mundos se abrem e a Deusa transforma-se na Velha Sábia, a Senhora do Caldeirão, e o Deus é o Rei da Morte que guia as almas perdidas através dos dias escuros de Inverno.
Samhaim e Beltane são considerados os dois grandes festivais celtas porque marcam as metades clara e escura de um ano completo. Muitos wiccans preferem celebrar Samhaim em 30 de abril, pois as estações daqui são invertidas de acordo com o hemisfério norte.
Samhaim é um festival celta que celebra a morte e o ciclo da vida. Honramos nossos ancestrais.
Ainda não é inverno, já não é mais verão. Samhaim é um período do tempo que está “entre os mundos”. É quando o véu que nos separa de outras dimensões está fino, facilitando a nossa comunicação com nossos ancestrais que já partiram. É considerado o Ano Novo wiccan.
Samhaim é o oposto de Beltane, e quando se inicia o inverno. Mais do que isso, para os celtas Samhaim era o início do próprio ano, o momento misterioso que não pertencia nem ao passado, nem ao presente, nem a este mundo, nem ao outro.
Samhaim (pronuncia-se “sôu-en” ou “sôu-ín”) significa “mês de novembro” em gaélico-irlandês. É celebrado no dia 1º de novembro. As celebrações deste festival duram três dias, começando na véspera (noite de 31 de outubro) e indo até o dia 2 de novembro.
Samhaim era um tempo de propiciação, adivinhação e comunhão com os mortos, mas também uma festa desinibida onde se comia e se bebia, mostrando a face desafiadora e fértil da vida à própria face da escuridão.
O aspecto divinatório de Samhaim é compreensível por duas razões: pelo clima psíquico da estação e pela ansiedade a respeito do inverno que estava chegando. Com o tempo, foi-se tornando algo extremamente pessoal, onde diversas moças realizavam “simpatias” para descobrir quem seria o seu marido, por exemplo. No entanto, entre os sacerdotes e sacerdotisas, o antigo costume jamais foi perdido.

Alguns costumes de Samhaim

- Uma das tradições mais comuns praticadas pelos povos antigos era a de colocar várias maçãs em um grande barril com água. Várias mulheres se reuniam em volta do barril, e a primeira que conseguisse pegar uma das maçãs seria a primeira a se casar no próximo ano.

- Na Escócia, colocavam-se pedras entre as cinzas da lareira, deixando-as “descansar” durante a noite. Se alguma pedra fosse descoberta durante a noite, representaria a morte iminente durante o próximo ano de um dos moradores da residência.

- O costume norte-americano de vestir-se com trajes típicos e sair pelas casas dizendo “travessuras ou gostosuras” é de origem céltica. Nos tempos antigos, o costume não era relegado às crianças, mas sim aos adultos. Em tempos ancestrais, os vagantes iam cantando cânticos da época de casa em casa e eram presenteados com agrados pelos seus habitantes. O presente também era requerido pelos espíritos ancestrais nessa noite através de oferendas.

- Antigamente, todas as safras deveriam ser colhidas até o dia 31 de outubro e qualquer coisa que não fosse colhida era abandonada, pois acreditava-se que o Pooka, um duende noturno que mudava de forma e que tinha grande prazer em atormentar os seres humanos, passava a noite de Samhaim destruindo ou contaminando tudo o que fora deixado sem ser colhido. O disfarce favorito do pooka parece ter sido a forma de um feio cavalo preto.

- Na Escócia e no País de Gales, fogueiras individuais eram acesas. Eram chamadas de Samhnagan, na Escócia, e Coel Coeth, em Gales, e eram construídas com a antecipação de dias no terreno mais elevado próximo da casa. O hábito das fogueiras de Halloween sobreviveu também na Ilha de Man.
Fonte: Bruxaria.net 
Nosso Samhain será festejado dia 1º de maio, num grande festival... onde prantearemos e honraremos nossos Ancestrais e nossos Deuses.
O tópico Samhain 2010 já está postado com os materiais que cada um deve trazer, e por favor postem também as comidinhas e bebidas para o ritual.
Em perfeito em amor e confiança perfeita seguimos
)0(Sianna Mab)0(

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Coven - Visão de Starhawk

O coven é um grupo de apoio da bruxa, um grupo que desperta a consciência, um centro de estudos psíquicos, um programa de treinamento de sacerdotes, escola de mistérios, o  substituto de um clã e uma congregação religiosa, todos em uma só instância. Num coven forte, o liame é, por tradição, “mais forte que o de família”: a partilha  espiritual, emocional e imaginativa. “Perfeito amor e perfeita confiança” são as metas.
A estrutura de um coven torna a  organização da Feitiçaria muito diferente da maioria das outras religiões. A Arte não está alicerçada sobre grandes e heterogêneas massas que se conhecem somente superficialmente:
nem tampouco baseia-se em gurus individuais com seus devotos e discípulos.
Não existe uma autoridade hierárquica, nenhum Dalai Lama, nenhum papa. A estrutura da bruxaria é celular, baseada em pequenos círculos cujos membros compartilham profunda, mútua confiança entre si e a Arte.
A Feitiçaria tem a tendência a atrair pessoas que, por sua natureza, não gostam de se unir a grupos. A estrutura do coven torna possível que individualistas fanáticos experimentem profunda sensação de comunidade sem que percam a sua independência de espírito. O segredo é o seu tamanho
reduzido. Um coven, tradicionalmente, nunca abriga mais do que treze membros. Em um grupo tão pequeno, a presença ou ausência de uma pessoa afeta o restante. O grupo torna-se vário pelas predileções, aversões, crenças e gostos de cada individuo.
Ao mesmo tempo, o coven torna-se uma entidade em si mesma, com personalidade própria. Ela gera uma forma raith1, uma espiral de energia que existe acima e além de seus membros. Há uma qualidade sinérgica que envolve um coven forte. É mais do que a soma das partes; é um poço de energia onde seus membros podem saciar sua sede.
Para tornar-se membro de um coven, o bruxo deve ser iniciado, deve submeter-se a um ritual de comprometimento, no qual os ensinamentos e segredos internos do grupo são revelados. A iniciação é seguida de um longo período de treinamento, durante o qual a confiança e a segurança do grupo são
paulatinamente construídas. Quando sua duração é adequada, o ritual torna-se também um rito de passagem que marca um novo estágio de crescimento pessoal. A Feitiçaria desenvolve-se lentamente; jamais poderá ser uma religião de massas, propagada pelas esquinas ou  entre os vôos no aeroporto.
Feiticeiras não fazem proselitismo.  Espera-se que possíveis membros busquem os covens e demonstrem profundo nível de interesse. A força da Arte é sentida na qualidade e não na quantidade.
Originalmente, os líderes de covens eram professores e sacerdotisas/sacerdotes de uma grande população pagã e não iniciados. Eles constituíam os conselhos de dignitários dentro de cada clã, as mulheres e homens cuja sabedoria fê-los ir além da superfície dos ritos e buscar significados mais profundos. Nos grandes  festivais solares, os sabás, eles conduziam os rituais, organizavam as reuniões e explicavam os significados  das cerimônias. Cada coven possuía seu território próprio que, por tradição, estendia-se por uma légua. Covens vizinhos podiam juntar-se por ocasião dos grandes sabás, a fim de dividirem conhecimentos, ervas, feitiços e, é claro, tagarelar. Grupos de covens juntavam-se, às vezes, sob o comando de uma feiticeira “rainha” ou grã-mestra. Em luas cheias, covens encontravam-se sozinhos para os Esbats, quando estudavam os ensinamentos internos e praticavam magia.
Durante a época das fogueiras, os grandes festivais foram banidos ou cristianizados. A perseguição era mais intensamente direcionada contra membros de covens, encarados como os verdadeiros perpetuadores da
religião. O sigilo mais absoluto tornou-se necessário. Qualquer membro de um coven poderia trair os demais e leva-los à tortura e à morte, portanto, “perfeito amor e perfeita confiança” eram mais que palavras vazias. Os covens foram isolados uns dos outros, as tradições fragmentaram-se, os ensinamentos foram esquecidos.
Presentemente, há um crescente esforço em toda a Arte para restabelecer a comunicação entre os covens e dividir conhecimentos. Mas, muitos bruxos ainda não podem se dar ao luxo de “saírem do armário”. O
reconhecimento público pode significar a perda de seus empregos e meios de ganhar a vida. Feiticeiros conhecidos são alvos fáceis para malucos violentos: um casal do sul da Califórnia teve a sua casa bombardeada após ter participado de um programa de entrevistas na televisão. Outros são molestados pelas autoridades por causa de práticas tradicionais como a predição ou tornam-se bodes expiatórios de crimes locais. O preconceito, infelizmente, é comum. Pessoas sensatas jamais identificam alguém como um feiticeiro/feiticeira sem, de antemão, pedirem permissão de maneira reservada.
Neste livro, meus amigos e membros de covens foram genericamente tratados por seus nomes utilizados nos covens,  a fim de preservar a privacidade dos mesmos.
Todo coven é autônomo. Cada um possui autoridade própria em assuntos relativos a rituais, thealogia e treinamento. Grupos de covens, que seguem os mesmos ritos, podem se considerar parte da mesma tradição. Para garantir proteção legal a seus membros, muitos covens associam-se e se incorporam como igreja, mas os direitos de covens autônomos são sempre zelosamente resguardados.
Covens geralmente desenvolvem enfoque e orientação específicos. Existem covens que se concentram na cura e nos ensinamentos; outros podem ter inclinações para o trabalho psíquico, estados de transe, ação social ou criatividade e inspiração. Alguns parecem dedicar-se, simplesmente, a darem boas festas; afinal, “todos os atos de amor e prazer” são rituais da deusa. Os covens podem ser compostos de homens e mulheres ou se limitarem, somente, às mulheres. (Existem poucas assembléias só de homens, por motivos que serão discutidos no capitulo 6.)
Um coven é um grupo de pessoas consideradas como iguais, mas não é um “grupo acéfalo”. A autoridade e o poder, no entanto, estão baseados em princípios muito diferente daqueles predominantes no mundo em geral. O poder, em um coven, nunca é o poder sobre o outro. É o poder que vem de dentro.
Em Feitiçaria, poder é outra palavra para energia, a corrente de forças que molda a realidade. Uma pessoa poderosa é aquela que atrai energia para o grupo. A capacidade para canalizar poder depende da integridade, coragem e individualidade pessoais. Ele não pode ser presumido, herdado, nomeado ou tido como certo. O poder interior advém da capacidade de autocontrole, de encarar medos e limitações, de manter compromissos e de ser honesto. As fontes de poder interior são ilimitadas. O poder de uma pessoa não diminui o poder de outra; pelo contrário, à medida que um membro do coven entra em contato com seu próprio poder, o poder do grupo torna-se mais forte.
Em termos ideais, um coven serve como campo de treinamento onde cada membro desenvolve o seu poder pessoal. O apoio e a segurança do grupo reforçam a confiança de cada membro em si mesmo. O treinamento psíquico desperta novas percepções e capacidades, e a realimentação do grupo torna-se o espelho sempiterno no qual nos “vemos como os outros nos vêem”. O objetivo de um coven não é o de abolir os líderes, mas treinar cada bruxo para ser um líder, uma sacerdotisa ou um sacerdote.
A questão da liderança tem incomodado o movimento feminista e a nova esquerda. O cenário político está, infelizmente, carente de modelos de poder interior. O poder sobre os outros é corretamente percebido como
sendo opressivo, mas, com muita freqüência, o “ideal coletivo” é utilizado de maneira errônea, para destruir os fortes em lugar de inserir força nos fracos.
Mulheres poderosas são combatidas ao invés de serem apoiadas: “Serei uma traidora? Eles deviam me matar. Tornaram-me uma líder. Não devíamos ter líderes. Serei julgada por algum papel oculto, minha reputação assassinada secretamente.”
O conceito de poder interior estimula o orgulho saudável, não o anonimato recatado; a alegria em relação à nossa força, não vergonha e culpa.
Em bruxaria, autoridade significa responsabilidade. O líder do coven deve possuir sensibilidade e poder interior para canalizar a energia do grupo, para dar início e interromper cada fase do ritual, ajustando a duração de acordo com o ânimo do círculo. Um ritual, assim como uma produção teatral, precisa de um
diretor.
Na prática, a liderança é passada de um líder para outro em um grupo totalmente amadurecido. O bastão representando a autoridade do líder pode ser passado para cada membro da assembléia. Diferentes partes do ritual podem ser conduzidas por diferentes pessoas. 
Tanto Compost quanto o coven de mulheres, conhecido como Honeysuckle, são covens de dignatários. Cada iniciado é capaz de conduzir rituais, direcionando a energia e treinando os novatos. O processo de
desenvolvimento em cada grupo, todavia, era muito diferente. Compost era típico, tal como vários covens novos e auto-iniciatórios que estão surgindo hoje, sem a vantagem do treinamento formal da Arte. Eu havia
sido ensinada por bruxas, há muitos anos, quando estudava na universidade, mas nunca realmente havia me iniciado. Grande parte do meu conhecimento é produto de figuras de sonhos e experiências de transe. Fui incapaz de encontrar um coven que sentisse ser compatível comigo e, durante muitos anos, trabalhei sozinha. Finalmente, decidi tentar iniciar meu próprio coven, independentemente de estar “autorizada” a faze-lo. Comecei dando aulas de Feitiçaria no Centro de Educação Alternativa de Bay Área.
Em poucas semanas, um grupo de indivíduos interessados começou a encontrar-se semanalmente. Nossos rituais eram coletivos e espontâneos, como os descritos no livro. Éramos resistentes quanto a formas e palavras determinadas. Decorridos alguns meses, um grupo dotado de núcleo forte havia se desenvolvido e, então, realizamos uma iniciação formal. Nossos rituais haviam adquirido um padrão regular e decidimos fixar a base dos ritos, a fim de que tivéssemos uma estrutura coletiva, na qual todos pudéssemos ser espontâneos
e abertos. Anteriormente, o líder – geralmente eu – decidia o que iria acontecer a qualquer momento e todos seguiam a sua determinação.
Conhecemos muitas feiticeiras de outros covens e iniciei meus estudos com uma professora da tradição das fadas. Comecei a ter contato com meu próprio poder. Como grupo, também percebíamos que as energias que estávamos suscitando eram reais, não meramente simbólicas. O grupo sentiu necessidade de um líder reconhecido; ao mesmo tempo, senti a necessidade de ter o meu recém-descoberto poder reconhecido. O coven confirmou-me como sacerdotisa.
Como a maioria das pessoas, cuja sensação de poder interior está se desenvolvendo rapidamente, eu, ocasionalmente, agia de maneira extremada. De não-lider coletivista tornava-me, às vezes, sacerdotisa um tanto desajeitada. Existem dias em que os registros de rituais são bem diferentes dos que foram apresentados neste capítulo: “Organizei o círculo... Invoquei a Deusa... conduzi o cântico... direcionei o cone de poder...”. Felizmente, os membros do meu coven eram tolerantes o suficiente, permitindo que eu cometesse erros, e honestos o bastante para dizer que não gostavam do que eu estava fazendo. Começamos a dividir responsabilidades: um membro trazia sal e água e purificava o círculo, outro trazia incenso e carregava o espaço de energia. Os homens invocavam o Deus Galhudo e dividíamos as tarefas de invocar a Deusa e direcionar o cone de poder. Tornei-me mais relaxada no papel de líder.
Encontrar um coven para dele fazer parte pode ser difícil. Feiticeiras não são encontradas no catálogo telefônico e, raramente, fazem uso de anúncios classificados. Com freqüência, no entanto, ministram aulas em universidades abertas ou em livrarias metafísicas. Algumas universidades estão começando a oferecer cursos de bruxaria em seus departamentos de estudos religiosos.
Lojas de ocultismo algumas vezes fornecem indicações. O melhor caminho, é claro, é através de contatos pessoais. Bruxos sentem que, quando uma pessoa está interiormente preparada para fazer parte da Arte, ela será conduzida às pessoas certas.
Várias pessoas afirmam, infelizmente, serem bruxas e não passam de tipos repugnantes. Quando você encontrar-se com alguém que se intitula feiticeira, preste muita atenção aos seus sentimentos íntimos e percepções. Os rituais de vários covens são secretos, mas você deve ser esclarecido e ver o suficiente para que possa formar um quadro razoavelmente claro sobre eles.
Um verdadeiro coven jamais lhe pedirá  que faça algo que você acredite ser errado. Qualquer forma de força, coerção ou pressão como tática de abordagem é contrária ao espírito da Feitiçaria. Bruxas de verdade permitirão que você tome a iniciativa de encontra-las.
A bruxaria não trabalha  por dinheiro. Não há taxas para iniciação e é considerada transgressão ética cobrar dinheiro para treinamento em covens.
Obviamente, é permitido aos bruxos que são professores, ou que trabalham como conselheiros psíquicos, cobrar honorário justo, por seu tempo e trabalho.
No entanto, não lhe venderão velas “abençoadas” por elevadas quantias de dinheiro ou pedirão que lhes entregue as suas economias a fim de retirar uma praga: estes são os truques favoritos de trapaceiros que fazem vitimas entre o público ingênuo. Um coven pode cobrar taxas para cobrir gastos com velas, incenso e outras despesas, mas a sacerdotisa não estará dirigindo um Mercedes adquirido por meio das contribuições de seus fiéis seguidores.
Em um coven forte, membros sentem-se próximos a outros e, em momentos de dificuldade,  naturalmente procuram ajuda entre si. Em geral encontram-se socialmente, fora das reuniões do grupo, e desfrutam-se
mutuamente a companhia. Mas também têm amigos diferentes e interesses vários, fora do grupo, e não passam todo o tempo juntos. Um coven não deve ser um refúgio do mundo, mas uma estrutura de apoio que ajuda cada membro a funcionar melhor e mais plenamente no mundo.
Atualmente, há muito mais pessoas querendo aderir a covens do que grupos capazes de acolher os recém-chegados. Se você não consegue encontrar um coven adequado, pode praticar a Arte sozinho ou dar inicio ao seu próprio coven.
Trabalhar sozinho não é o ideal. Despertar a visão de luz da estrelas é muito mais difícil sem o apoio de um grupo. Aqueles que viajam pelos caminhos inexplorados da mente correm maior risco de ficarem presos à
subjetividade. Além disso, trabalhar com outras pessoas é muito mais divertido.
Mas, como afirma uma bruxa que praticou a Arte sozinha por muitos anos:”Trabalhar sozinho tem seus pontos positivos, assim como negativos. Seu treinamento é um tanto errático, mas de qualquer maneira, é assim também em várias assembléias. A vantagem está em que se aprende a depender de si mesmo e se conhece as suas limitações. Quando se entra para um coven, já se sabe o que se quer e o que é melhor para você.”
A meditação solitária e a prática da visualização fazem parte do treinamento de todas as bruxas. A maioria dos exercícios deste livro podem ser feitos sozinhos e até os rituais podem ser adaptados. O culto solitário é muito mais preferível do que associar-se ao grupo errado.
Não é necessário que você seja um feiticeiro hereditário ou iniciado para dar início ao seu próprio coven. O treinamento, naturalmente, ajuda. Mas a escola da tentativa e erro é também muito boa.
Quando um grupo de pessoas interessadas, mas sem experiência, se forma, a primeira tarefa é estabelecer uma sensação de segurança. A receptividade e a confiança desenvolvem-se paulatinamente, através do
compartilhar emoções de maneira verbal e não-verbal. As pessoas precisam de tempo para conversar, bem como para trabalhar a magia. Freqüentemente, começo grupos com jantares simples, a fim de que as pessoas possam dividir uma forma muito palpável de energia: a comida. Técnicas de despertar a consciência também podem ser muito eficazes. Podemos deixar a palavra livre e permitir que cada pessoa diga por que buscou o grupo e o que dele espera.
Todos podem falar durante limitado período de tempo, sem serem interrompidos, a fim de que os indivíduos mais tímidos sintam-se estimulados a falar e os mais loquazes não dominem a conversa. Perguntas e comentários são feitos depois que cada um tenha falado.
O compartilhar não-verbal de sentimentos também é importante para criar confiança no grupo. Ao orientar um grupo, as palavras em si são menos importantes do que o ritmo da voz e a duração das pausas.
Dividir poemas, canções, histórias, quadros e trabalho criativo no círculo também ajuda a construir uma sensação de proximidade. Em Honeysuckle, quando recebemos membros de um grupo  novo, dedicamos uma noite para partilharmos nossas histórias de vida no círculo. Também corremos juntos regularmente e já viajamos em grupo. Ocasionalmente, Compost faz “excursões”, por exemplo, ao desfile do festival chinês da lua. Dedicamos uma reunião para assistirmos O Mágico  de Oz na televisão e para sairmos saltitando pela rua cantando “Follow the Yellow Brick Road.”
À medida que o grupo torna-se  mais unido, alguns conflitos interpessoais, inevitavelmente, surgem. A própria coesão do grupo, em si, fará com que alguns membros sintam-se deixados de fora. Cada pessoa é parte do
todo, mas, também, um  indivíduo parcialmente separado do resto. Algumas pessoas tendem  a perceber o grupo como uma entidade sólida que acolhe a todos, enquanto somente elas são, em parte, esquecidas. A atração sexual ocorre, freqüentemente, entre membros do coven e, enquanto o primeiro momento de felicidade no amor trará poder para o grupo, a discórdia entre um casal provocará desintegração. Se os dois rompem e sentem que não são mais capazes de trabalhar no mesmo grupo,  juntos, um verdadeiro problema se instala. A líder de um coven que seja forte e carismática, com freqüência, torna-se o alvo das projeções de outros membros. Ela poderá ser vista como a mãe-terra que tudo dá, a eternamente desejável mas inatingível mulher ou a profetisa que tudo sabe. É sempre uma tentação para ela acreditar nessas lisonjeiras imagens e alimentar-se psiquicamente da força energética nelas contidas, mas, se assim o fizer, interromperá seu próprio crescimento como verdadeiro ser humano. Mais cedo ou  mais tarde, ela se atrapalhará e a imagem será destruída; os resultados poderão ser explosivos.
Uma certa quantidade de tempo e energia do grupo reservados para a resolução de conflitos interpessoais é  necessária e desejável, como parte do processo de crescimento que ocorre em um coven saudável. Mas, é muito fácil para um grupo degenerar numa espécie de sessão de encontro amador ou de gritos. Uma assembléia não pode funcionar como grupo terapêutico. Problemas entre membros podem, às vezes, ser resolvidos com maior eficácia pela magia do que por discussões intermináveis. Por exemplo, em lugar de tranqüilizar um membro inseguro do coven coloque-o no centro do círculo e cante seu nome.
Se dois membros não conseguem trabalhar juntos, mas nenhum quer deixar o grupo, o restante dos membros talvez  tenha que se fiar em tirar a sorte, passando a decisão para a Deusa. E, se uma sacerdotisa parece correr o risco de ser seduzida por sua própria campanha de relações públicas, os membros menos desavisados do grupo devem delicadamente adverti-la. A crítica objetiva e construtiva é um dos grandes benefícios da estrutura de um coven.
Um coven passa a ser um espaço seguro no qual os membros sentem-se livres para liberar as suas inibições: rir, dançar, ser tolo, sair cantando, declamar uma poesia espontânea, fazer trocadilhos sem graça e permitir que o self mais jovem desperte e saia para brincar. Somente, então, é que estados mais elevados de consciência podem ser  alcançados. Muitas técnicas foram desenvolvidas para eliminar o “censor” do self discursivo e para deixar que a voz interior se expresse livremente.
A nudez é uma dessas técnicas. Quando tiramos nossas roupas, despimo-nos de nossas máscaras sociais, de nossas auto-imagens bem-cuidadas. Tornamo-nos abertos. O significado místico do corpo humano nu é a
“verdade”. Diferentes pessoas necessitam de diferentes níveis de espaço íntimo; enquanto algumas brincam alegremente em praias de nudismo, outras não se sentem confortáveis nuas até que a confiança seja trabalhada durante um longo período de  tempo. Em nossos covens, rituais públicos são sempre realizados com todas as pessoas vestidas. Se pessoas convidadas para cerimônias reservadas, onde todos ficarão nus, sentirem-se desconfortáveis se despindo, estão livre para  usarem o que melhor lhes satisfizer. Não se pode
forçar a vulnerabilidade em qualquer pessoa, exceto destrutivamente. 
O treinamento mágico varia muito de um coven para outro, mas seu objetivo é sempre o mesmo: revelar a consciência da luz das estrelas, a outra maneira de saber que pertence ao hemisfério direito e permite que entremos em contato com o Divino que existe dentro de nós. O iniciante deve desenvolver quatro habilidades básicas: relaxamento, concentração, visualização e projeção.
Os covens possuem muitas maneiras diferentes de admitir novos membros. Alguns oferecem aulas ou grupos de estudos abertos. Nós preferimos que iniciados se encarreguem de aprendizes individualmente. Cada
novato recebe instruções individualizadas, sob medida para as suas necessidades particulares. E cada membro do coven tem a chance de ser uma autoridade e é forçado a conceituar seu próprio conhecimento a respeito da Arte a fim de poder ensina-la. Aprendizes e seus professores desenvolvem fortes laços, de tal maneira que cada novato sente que tem relacionamento especial com um membro do grupo. Os aprendizes também desenvolvem laços entre si como grupo. Eles assistem aos rituais juntos, para que ninguém tenha que ser “ a única pessoa nova no pedaço”.
Quando treino um aprendiz, penso que sou algo como uma professora de dança. Sugiro normas regulares, inclusive vários dos exercícios apresentados neste capitulo, o “trabalho de barra básico” da magia.
Adicionalmente, tento identificar áreas de fraquezas e desequilíbrio e prescrevo exercícios corretivos. Por exemplo, para um estudante cuja mente continuamente perambula, sugiro exercícios de concentração. Durante os rituais, aprendizes têm  a chance de combinar habilidades aprendidas através da prática solitária em uma complexa dança de poder com o coven e entre si.
Como procedimento básico e diário,  recomendo três coisas. Primeiro, exercício físico regular. A importância desse item não pode ser menosprezada.
Infelizmente, é das coisas mais difíceis conseguir que as pessoas o façam. A Arte tem a tendência a atrair tipos mentais e espirituais, ao invés de atletas vigorosos. Mas, o trabalho psíquico e mágico exige uma vitalidade tremenda – literalmente, a energia do raith,do self mais jovem. Essa vitalidade é reabastecida e renovada através da atividade física, um pouco como o movimento das rodas de um automóvel que ativa o dínamo, que recarrega as baterias. Trabalho mental e espiritual excessivos, que não for equilibrado com
exercícios físicos, esgota nossas baterias etéreas. Às vezes, ioga é adequada, mas geralmente é ensinada como uma disciplina espiritual que abre os centros psíquicos, em vez de aumentar a vitalidade física. Para os nossos objetivos, correr, nadar, andar de bicicleta, jogar  tênis ou andar de patins é melhor, algo ativo e agradável e que nos põe em  contato com a natureza. Bruxos fisicamente incapacitados podem encontrar um regime apropriado para as suas necessidades e capacidades. Se se pode passar algum tempo, todos os dias,
ao ar livre, num gramado ou sob uma arvore, onde se possa embeber-se das energias elementares, colher-se-á muitos dos mesmos benefícios que os corredores de maratonas.
A segunda coisa que recomendo aos estudantes são os exercícios de relaxamento diários e o exercício diário de meditação, visualização ou concentração. Estes, mudam, freqüentemente, à medida que o estudante evolui. Algumas pessoas praticam vários ao mesmo tempo, mas um já é o suficiente. Ficamos sobrecarregados quando há excesso. Certa vez, durante meu próprio treinamento, acordei pela manhã e fiz um exercício de transe sentada diante da máquina de escrever por uma hora, depois vinte minutos de ioga, incluindo as meditações dos quatro elementos e a Visualização do Círculo do capitulo 4. Mais tarde, neste mesmo dia, pratiquei o relaxamento profundo e um transe deitada. À noite, realizei a contemplação de velas, uma purificação pela água e uma variedade de feitiços  pessoais. Infelizmente, dispunha de muito pouco tempo para viver de verdade. Após algumas semanas, decidi que a moderação era a essência da sabedoria, na magia, assim como em outras coisas.
A terceira prática que sugiro é a  manutenção de um diário mágico, chamado Livro das Sombras. Tradicionalmente, era um “livro de receitas” de rituais, feitiços, cânticos e encantamentos que cada bruxa copiava a mão sob a orientação de seu professor. Atualmente, apesar de enrubescer ao admiti-lo, tal
informação é geralmente xerocada para a distribuição pelo coven. O Livro das Sombras é mais do que um diário pessoal. Ele pode incluir descrições de rituais, registros de sonhos, reações a exercícios, poemas, histórias e viagens em transe. Bruxos solitários podem fazer uso de seu livro das sombras para desenvolverem um pouco de objetividade que, normalmente, advém do trabalho em um coven. Tristine Rainer, em The New Diary, descreve até mesmo técnicas de utilização de anotações em diários para a recordação de vidas passadas.
Útero, grupo de apoio, escola de treinamento mágico e comunidade de amigos – o coven é o coração da Arte. Dentro do círculo, cada feiticeira é treinada para desenvolver seu poder interior, sua integridade mental, corporal e espiritual. Como em uma família, as assembléias, às vezes, têm suas querelas.
Mas, quando o círculo está organizado, quando o cone é elevado e, juntas, as pessoas invocam os deuses, reconhecem em cada uma a deusa, o deus, o espírito da vida em todos. E, deste modo, quando cada iniciado é desafiado a entrar no círculo, ele diz a única senha: “perfeito amor e perfeita confiança”.
Essa é visão retirada do livro A Dança Cósmica das Feiticeiras, um dos melhores livros sobre a Bruxaria, presente na cabeceira de qualquer Sacerdote sério.
Concordo 101% com Tia Starhawk... Ela é simplesmente fantástica!!!