Na Cosmogonia egípcia, uma divindade de grande prestígio entre as inúmeras deusas veneradas, era Hathor. Seu culto particularmente se desenvolveu em Denderah, onde ela tinha seu maior santuário, porém seus templos e capelas figuravam por toda parte do Egito. Dama de Gébélein, de Atfih, de Imahu, Hathor do Sicômoro em Mênfis, ela era adorada em todo o país.
Deusa das mais antigas, em tempos remotos ela desempenhava o papel da Grande Mãe, o céu distante e inatingível. Mas também era a nutris do mundo: regente e corpo do céu enquanto deusa celeste, alma viva das árvores, enquanto doadora da vida, era ela a terra fértil…
E mesmo parece que se confundia nela um aspecto guerreiro ( não fora ela que, sob a forma da leoa Sekhmet, dizimara a humanidade? ), e nesse particular, já que ela era doadora da vida, era igualmente detentora da morte, consequentemente assumindo um aspecto funerário.
Os textos e lendas nos contam que ela, sob a aparência de uma vaca, elevou Rá aos céus, quando este deus se desgostou da humanidade. E Rá, agradecido, atapetou o corpo da deusa-vaca com incontáveis estrelas! Essa belíssima história encontra-se relatada no Livro da Vaca Divina, e é fácil perceber que ela assume assim o aspecto da deusa Nut. Os próprios egípcios diziam que as estrelas eram o leite jorrado das tetas da Divina Vaca Celeste - a Via Láctea…
Como deusa funerária ela era Mehurt, a vaca piedosa que surgia do interior da montanha onde se localizava o Amenti, para acolher a alma do morto e envolvê-la sob a proteção do imenso colar menat, que trazia ao pescoço…
Contudo, sua forma mais difundida e seu aspecto mais venerado, é como Deusa do Amor.
Representada como uma mulher cuja a cabeça é ornamentada por chifres liriformes, onde se abriga o disco solar, tem ela nas mãos, além dos cetros divinos, algumas vezes o sistro, seu instrumento sagrado. E de seu pescoço, pende o menat o qual ela estende ao fiel, como doação de amor…
O nome de Hathor se escreve hieroglificamente com o desenho de um quadrado, representação de um templo, no interior do qual se encontra Hórus, o divino falcão. Essa grafia abriga em si um simbolismo profundo: ela é o templo no qual se encontra Hórus. "Templo, ou Castelo de Hórus", "Hwt.Her"é seu nome. Este Hórus, outro não é que o
Grande Hórus Solar, um aspecto de Rá ( ver Cosmogonia Heliopolitana ), cujo Templo de Hathorlexo está em Edfú, o "Hórus Behedet", o Grande Hórus Guerreiro. Não é por acaso que Hathor de Denderah é a esposa do Hórus de Edfú. De sua união, parece ter nascido Ihi, uma criança escura ( o Vazio, o nada antes da Criação ), que agita o sistro ( o vento cósmico criador). Dama tocando Sistro
O sistro é o instrumento musical sagrado de Hathor, e seu som simboliza as forças criadoras postas em movimento por ela, o Amor Divino. E nela, habita Hórus, cujo nome significa "O Altísssimo". Essa simbologia nos dá a idéia de que a deusa, filha e esposa de Rá ao mesmo tempo, é o amor universal que abriga em seu âmago a Luz do Criador. Hathor seria, então, a "Região Elevada donde a Luz Divina emana Seu Amor para o Mundo". Por isso ela é "A Morada de Hórus".
Dentre os inúmeros hepítetos da deusa, figuram os de "Senhora da Turquesa", "Dama do Sinai"( ela é a protetora dos mineradores ), "Hathor dos Cabelos Dourados", "Dama do Sicômoro", "Dama Perfumada de Acácia", ou mais comumente, "A Dourada".
O sagrado sistro lhe pertence, instrumento que difere em forma e sentido do sistro da deusa - gata Bastet.
A acácia, a mandrágora e o sicômoro lhe são consagrados ( donde sua identificação com Ísis eNut ). Ela é a Senhora de Punt, a Dama dos Perfumes, da Alegria, da Dança, jovem amável e sorridente…
Na família divina, parece que a deusa gozava de certo prestígio diante de Rá, seu pai ( não era ela o Amor Divino?). Os contos populares nos dão esta evidência na curiosa narrativa que aborda uma das façanhas de Ísis, empenhada na causa que levaria seu filho Hórus a obter a herança de Osíris, usurpada por seu tio Seth. Conta-se que Rá ficara muito aborrecido ( não vem ao caso o motivo de sua contrariedade ) e se trancara em seu quarto. Os deuses estavam intranquilos e temerosos da atitude do deus, mas Hathor destemidamente ousou entrar nos aposentos de seu pai. Aproximando-se de Rá, ela deu início a uma dança lasciva, enquanto se despia, terminando por ficar totalmente nua, sentada no colo de seu pai. Rá achou muita graça nessa atitude de Hathor e, abraçando-a, pos-se a rir e recuperou seu bom-humor! Percebemos aqui, que há na deusa um aspecto onde sagrado e profano se confundem. O fato dela dançar, nos dá evidências de que em seus templos, suas sacerdotisas certamente dançavam ao som de sistros e liras, em determinados rituais. Enquanto deusa cósmica geradora do universo, esta dança de Hathor poderia conter certos rudimentos incorporados posteriormente pelos árabes na Dança do Ventre.
*** Simbolos e Referencias à Hathor
Cores: Tons lacteos, azul, verde e rosa claro e prata.
Essencia: Olíbano e Acacia
Cristal: Turquesa
Oferendas: Leite e Acacia
Simbolos: Chifres, crescentes lunares, utensilios de cobre como taças e jóias.
Sistros, Sinos e Tamborete
***Todos os simbolos citados acima e também maquiagem, cremes relacionados a vaidade e beleza podem ser consagrados.
E o Espelho é claro... que tem uma mitologia própria.
Iremos festejar sua face dia 22/10 as 22:00 na Praia do José Menino.
Os materias que serão utilizados no ritual já está postado na comunidade do grupo no orkut.
Nos vemos lá...
Em amor e confiança seguimos
)0( Sianna Aset )0(
Bom esbá, família! Dancem, cantem e celebrem muito!
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